Quando o Hospital Albert Einstein criou a Eretz.bio, seu hub de inovação, há cinco anos, um de seus objetivos era estreitar a relação com as startups e ficar de olho nas novas tecnologias que estavam sendo desenvolvidas na área da saúde. Hoje, meia década depois, as healthtechs fazem parte do dia a dia dos profissionais do Einstein: o número de projetos simultâneos entre o hospital e essas empresas passou dos 140, todos coordenados pela equipe do Escritório de Validação de Novas Tecnologias, da Eretz, também chamado internamente de equipe de parcerias.
São iniciativas como incorporações de novas tecnologias, codesenvolvimento de algoritmos, modelos preditivos, novas terapias e métodos diagnósticos, validação pré-clínica e clínica, piloto de novas soluções e softlanding de empresas estrangeiras que desejam expandir ao Brasil, além de estudos de custo-efetividade, inteligência de mercado e de evidências de mundo real.
Esses 140 projetos trouxeram inovação em campos como eficiência operacional, segurança do paciente e novos métodos diagnósticos, entre outras.
Conheça as parcerias entre Einstein e Startups
Um exemplo de eficiência operacional é a colaboração com a startup Salvus, incubada na Eretz.bio. A Salvus desenvolveu o ATAS O2, um dispositivo que conta com um fluxômetro digital para o monitoramento em tempo real de gases medicinais, como o oxigênio.
Antes dessa parceria, era necessário que uma pessoa aferisse de forma manual o quanto de gás estava saindo dos cilindros e indicasse quando estivesse acabando, o que poderia resultar em medições não tão precisas e sobrecarga desse profissional. Com a solução da Salvus, é possível monitorar de forma digital e em tempo real o fluxo dos gases medicinais, evitando desperdícios.
Na segurança do paciente, um exemplo é a colaboração com a Hoobox. Junto com essa startup foi desenvolvida uma tecnologia chamada Sadiax, para monitoramento de leitos. Trata-se de um sistema de visão computacional e inteligência artificial capaz de evitar quedas e acidentes e apoiar no controle de decúbito (termo médico que indica que a pessoa está deitada), evitando assim úlceras por pressão (lesão de pele comum em pacientes de longa permanência em hospitais; segundo alguns estudos¹ pode acometer cerca dos 30% internados em uma UTI).
Segundo dados da Joint Comission, de 30% a 35% dos pacientes que sofrem quedas, adquirem algum tipo de lesão. Como consequência, a estadia deles no hospital é prolongada, o que aumenta os custos para todo o sistema de saúde.
Já a startup Phelcom é um case de novos métodos de triagem diagnóstica que foram incorporados pelo Einstein. Essa healthtech desenvolveu o Eyer, um retinógrafo portátil que pode ser acoplado a um smartphone para fazer o exame de fundo do olho no paciente e diagnosticar doenças oftalmológicas de uma maneira muito mais rápida.
A grande vantagem do Eyer para o retinógrafo tradicional é que é muito mais leve, pode ser transportado por facilidade e é conectado à nuvem, permitindo que mais exames sejam feitos em menos tempo, ampliando os cuidados oftalmológicos, sendo assim uma tecnologia de ponta com bom custo-efetividade. No Einstein, o Eyer é usado no check-up.
Ao todo, o Einstein tem parceria com empresas de tecnologia de 21 países, o que contribui para que a instituição se mantenha na vanguarda da inovação no setor da saúde. Esses projetos também colaboram com o compromisso da Eretz.bio de apoiar o desenvolvimento do ecossistema de saúde. Isso porque o hub tem total interesse que essas novas tecnologias possam ser incorporadas com segurança e eficácia por muitas outras instituições de saúde.
Essas iniciativas estão sendo reconhecidas pelo mercado. Em 2022, o Einstein foi eleito a empresa mais inovadora do Brasil no setor da saúde no Prêmio Valor Inovação (e sexta colocada no ranking geral), TOP 20 no prêmio MIT Innovative Workplaces, melhor hospital da América Latina e TOP40 do mundo no ranking Best Smart Hospitals, da revista americana Newsweek, e foi o responsável pelo componente inovação na acreditação Magnet, a mais importante do mundo no setor de enfermagem.
A história da Eretz
Cavar oportunidades de colaboração entre as startups e as diferentes áreas internas do hospital tem sido um trabalho constante ao longo dos cinco anos da Eretz.bio.
Em um primeiro momento, foi necessário mostrar para as áreas que havia um novo segmento de tecnologias desenvolvidas por pequenas empresas que em algum momento poderiam revolucionar as diferentes formas de atuação de uma instituição de saúde. Para isso, empreendedores eram convidados para participar de reuniões com lideranças e eventos em que poderiam apresentar suas startups — chamados de Circuito Einstein e de Demoday. Ao mesmo tempo, a Eretz começou a trabalhar com essas empresas oferecendo suporte para que se preparassem para entrar no mercado de saúde, onde, além do modelo de negócios, ter qualidade e segurança é requisito fundamental.
Conforme as áreas internas foram mostrando interesse nas soluções tecnológicas, a equipe da Eretz.bio foi percebendo que seria necessário criar uma estrutura para apoiar a incorporação e validação dessas soluções. Assim, criou sua vertical de Parcerias (hoje chamada de Escritório de Validação de Novas Tecnologias), que até hoje segue como a responsável por coordenar essas conexões.
Esse setor é responsável desde a identificação de startups com sinergia com o hospital até o suporte jurídico, regulatório e de tecnologia necessário para que as soluções sejam testadas e desenvolvidas com segurança e qualidade.
As parcerias com as startups acabam sendo um ganha-ganha para todos os envolvidos.
As startups acabam tendo acesso aos especialistas do Einstein, que conhecem as dores do sistema de saúde e podem avaliar a tecnologia que está sendo desenvolvida no mundo real, além de, em alguns casos, conquistarem um importante cliente. Já o hospital é capaz de se manter na vanguarda tecnológica e ser pioneiro na adoção de novas soluções na área da saúde. Uma importante aliança construída ao longo dos últimos cinco anos e com muitos, muitos outros pela frente.
Conheça abaixo alguns exemplos de parcerias entre o Einstein e startups:
> Parceria entre ProBrain e Einstein leva gamificação para reabilitação de pacientes
> Conheça a parceria entre Einstein e a startup Biologix para melhorar o sono das pessoas
> A nova ferramenta do Einstein e da Radsquare para exames de imagem mais eficientes
[1] Fernandes NCS, Torres GV. Incidência e fatores de risco de úlceras de pressão em pacientes de unidade de terapia intensiva. Ciênc Cuid Saúde. 2008;7(3):304-10.