A tarefa era das mais complexas: como realizar um mutirão contra a diabetes em meio à pandemia, mantendo os pacientes seguros e sem causar aglomerações? Esse foi o desafio enfrentado neste mês de outubro pela Phelcom, startup focada em criar produtos inovadores na área de IoT Healthcare, incubada na Eretz.bio e uma das 25 que foram investidas pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde o início do programa de inovação.
A Phelcom já tinha tomado parte no ano passado do Mutirão de Diabetes de Itabuna, um dos mais longevos do país. O plano era voltar em 2020, mas o atendimento acabou cancelado em decorrência do coronavírus.
Só que a pandemia também trouxe à tona os problemas enfrentados pelas pessoas com a doença. Muitas delas reclamavam que, por causa do isolamento, encontravam dificuldades para ter acesso aos medicamentos necessários, fazer o controle da diabetes e conseguir marcar e realizar consultas e exames.
Assim, uma ONG local entrou em ação e, para atender a essa parcela da população, criou uma nova campanha de combate à doença. Aí é que veio a expertise da Phelcom. No projeto que ganhou o nome de Unidos pelo Diabetes em Ação, uma das ferramentas utilizadas foi o Eyer, aparelho criado pela startup e que transforma smartphones em um retinógrafo portátil e conectado à internet para realizar o exame do fundo do olho dos pacientes.
Outra vantagem do aparelho é que as imagens feitas no exame são disponibilizadas em seu serviço na nuvem, o Eyer Cloud, com os laudos podendo ser feitos à distância por especialistas em retina. Como resultado, 400 pacientes foram atendidos na ação, e os casos mais graves foram encaminhados para tratamento.
O Eyer é o primeiro produto da Phelcom, lançado ao mercado em abril de 2019. Desde então, ele tem se popularizado. Segundo a startup, hoje cerca de 850 profissionais já o adotaram, e mais de 100 mil exames foram realizados com essa tecnologia. Ações como o mutirão em Itabuna têm acontecido em outras cidades do país e servem para impulsionar o uso do equipamento e também sua base de dados. Ele é considerado uma tecnologia disruptiva, pois substitui o retinógrafo tradicional de mesa, que chega a custar até dez vezes mais e não pode ser transportado com facilidade.
A Phelcom foi criada por três ex-alunos da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, José Augusto Stuchi, Diego Lencione e Flávio Vieira, com o propósito de ampliar o alcance da oftalmologia no país.
Para desenvolver sua solução, a empresa recebeu aportes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Programa de Promoção da Economia Criativa da Samsung e, desde agosto de 2018, faz parte do ecossistema da Eretz.bio, tendo sido investida pelo Einstein em seu programa de inovação.
Além do Eyer, a startup está desenvolvendo um projeto que tem como base uma espécie de óculos que, ao ser colocado pelo paciente, faz exame da retina e de refração, definindo grau de miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia da pessoa. Mais informações sobre o projeto da startup devem ser divulgadas nas próximas semanas.
Ficou interessado em conhecer sobre os produtos e serviços desenvolvidos pelas startups incubadas na Eretz.bio? Confira aqui as healthtechs do ecossistema: https://www.eretz.bio/startups/
Tecnologia da Phelcom, incubada na Eretz.bio, é usada em mutirão de diabetes
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