Tomar o remédio certo e na hora certa é uma dificuldade para quem faz algum tipo de tratamento. E esse problema só vai aumentando com a idade, com mais e mais comprimidos fazendo parte da rotina do paciente. Segundo um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo em países desenvolvidos, a adesão a tratamentos medicamentosos não vai muito além dos 50%, o que pode acabar trazendo complicações aos pacientes.
Foi para facilitar a vida das pessoas que precisam tomar remédios em seus tratamentos que surgiu a SafePill, startup que está incubada na Eretz.bio desde o começo de 2020, é investida pelo Hospital Israelita Albert Einstein e que acaba de iniciar sua operação comercial em São Paulo.
A solução da SafePill é simples, mas tem potencial de transformar como as pessoas tomam seus medicamentos e de melhorar a qualidade de vida delas. A empresa criou uma box personalizada para cada paciente, onde os remédios vêm separados dentro de embalagens. Em cada embalagem, já vem escrito em qual dia e em qual horário aqueles remédios devem ser tomados. Aí, chegando no horário correto, basta o paciente destacar a embalagem e tomar os comprimidos necessários. Quando uma box estiver chegando ao fim, uma nova será enviada para a casa do paciente sem ele precisar se preocupar.
“Nossa solução dá mais segurança ao paciente”, explica Arlei Silva, cofundador da startup. “Ela reduz o risco de erro na hora de tomar a medicação, de combinação inadvertida entre fármacos e também aumenta a adesão ao tratamento. Fora a comodidade de não precisar mais ir à farmácia várias vezes por mês para comprar os medicamentos. Também dá mais autonomia ao paciente, porque tem muito idoso que precisa de ajuda para organizar seus remédios, e já faremos isso para ele”, avalia.
Arlei é um veterano do setor da saúde. Antes de começar na startup SafePill, trabalhou por 16 anos no Einstein. Começou em 2004, como técnico de enfermagem na UTI pediátrica. Foi sendo promovido no setor até que, dez anos depois, passou a atuar na Melhoria Contínua, área responsável por aperfeiçoar os protocolos internos da instituição.
Como parte de sua ascensão dentro do hospital, foi incentivado a fazer um MBA executivo. Foi onde conheceu Felippe Carone, que conhecia os negócios disruptivos envolvendo as principais empresas do mundo.
Carone, então, teve a ideia da SafePill e convidou Arlei a fazer parte do projeto. O colega aceitou na hora. “Eu sempre tive aversão a risco”, lembra Arlei. “Nunca pensei em empreender, meu foco era a carreira no Einstein. Sabia que a SafePill era um modelo economicamente viável, mas o que mais me convenceu foi empreender em um negócio que pudesse ajudar muita gente. Sempre fiz o trabalho de formiguinha na UTI e agora posso ajudar muitas pessoas, milhares, talvez milhões.”
Já Carone precisou enfrentar a resistência da família. “Eu seria a pessoa que ia assumir a empresa da minha família [o Grupo Carone, do Espírito Santo]. Quando falei sobre a startup para meu pai, ele teve um baque. Minha vida toda tinha sido na empresa dele. Comecei aos 12 anos, quando ia visitá-la com meu pai. Mas, por dentro, ele sempre soube que eu queria seguir meu caminho”, conta.
A história da startup SafePill
A trajetória da SafePill começou em 2019. Naquele ano, enquanto terminavam o MBA, os dois sócios foram atrás dos caminhos regulatórios, de levantar quais equipamentos seriam necessários, de potenciais fornecedores e do plano de negócios. O projeto da startup foi apresentado no início de 2020 ao comitê do Einstein, que decidiu investir na iniciativa. A healthtech também já recebeu aportes do Grupo Carone.
“No Einstein, quem nos ajudou muito foi o Nilson Malta, do setor de automação. Também fizemos testes no residencial de idosos, para descobrir a embalagem ideal e também qual deveria ser o tamanho da letra, que precisaria ser legível para todos os pacientes. O Dr. Paulo Zimmer, diretor da medicina ambulatorial, tem nos ajudado bastante, assim como o pessoal da farmácia. Na Eretz, a equipe de investimentos foi brutal e determinante para a gente”, avaliam os sócios.
Eles também destacaram as mentorias que receberam de Nívia Pires (gerente do residencial, na área de experiência do paciente), Marcelo Suzuki (gerente da telemedicina do Einstein e mentor comercial), Flávio Zemella (executivo e mentor comercial com as industrias farmacêuticas) e Dirceu Barbano (ex-presidente da Anvisa e mentor da parte regulatória).
O último degrau veio no finzinho de 2020, quando a Vigilância Sanitária autorizou o funcionamento da SafePill. “Foi um verdadeiro presente de Natal para a gente”, diz Arlei. “Eles fizeram algumas considerações, mas nosso projeto foi muito elogiado, digamos que foi aprovado com louvor”, acrescenta.
Com a aprovação, a SafePill começou a operar oficialmente no fim de janeiro em São Paulo. A empresa trabalha no modelo de assinatura mensal das box, oferecendo a caixa com os medicamentos, revisão farmacoterápica das receitas e atendimento e suporte aos clientes. Os remédios são cobrados à parte, com preços competitivos. Também é possível assinar o serviço de orientação médica online do Einstein junto com a box da SafePill.
Hoje o foco da empresa está em primeiro se estabelecer na capital antes de expandir para outras regiões do Estado.
Para conhecer mais sobre a SafePill e sua solução inovadora, acesse o site da startup: https://www.safepill.com.br/
E você pode clicar aqui para conferir todas as startups incubadas nas Eretz.bio e também o que elas estão desenvolvendo: https://www.eretz.bio/startups/