Quem nunca enfrentou uma noite mal dormida e passou o dia seguinte cansado, sonolento e com a produtividade lá embaixo? Estresse, cobranças e preocupações acabam atrapalhando o sono de todos nós. Mas, em alguns casos, não ter uma boa noite de descanso pode ser consequência de problemas de saúde que a pessoa nem sabe que tem.
Um deles é a apneia obstrutiva do sono. Esse é um distúrbio em que a pessoa para de respirar por alguns instantes durante a noite. É causado pelo relaxamento dos tecidos da faringe e da base da língua, bloqueando a entrada do ar até os pulmões. Em alguns casos, essas interrupções na respiração são tão frequentes que comprometem a qualidade do sono e prejudicam a disposição no dia seguinte.
A apneia obstrutiva do sono é uma doença muito comum. Segundo o Episono, estudo que investiga distúrbios de sono, a prevalência da doença em São Paulo é de cerca de 30% (em comparação, a da hipertensão é estimada em cerca de 23% e, a de diabetes, em menos de 10%). Apesar da preponderância, boa parte das pessoas nem sabe que sofre com a apneia obstrutiva do sono.
Para ajudá-las a identificar a doença, voltar a dormir bem e evitar possíveis complicações, estão surgindo novas tecnologias que permitem o rastreio e o monitoramento constante dos pacientes.
Uma das novas soluções foi desenvolvida pela startup Biologix – fundada por Tácito de Almeida e pelo Dr. Geraldo Lorenzi Filho e incubada na Eretz.bio. É um oxímetro portátil, que monitora alguns dados vitais durante a noite, como a saturação de oxigênio e a frequência cardíaca, e os organiza e armazena em um aplicativo para celular.
Esse novo exame será oferecido aos pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein no início de 2022. Com ele, a equipe médica pode avaliar as informações da pessoa e ter um quadro mais preciso do que está acontecendo enquanto ela dorme. As médicas do Departamento de Neurofisiologia Dra. Letícia Azevedo Soster e Dra Stella Tavares são as líderes do processo de incorporação desse novo exame na instituição.
Como funciona a solução da startup Biologix?
“A oximetria em si não é uma inovação, isso se faz no meio médico há muitos anos. Também não é uma novidade enviar dados pelo celular, mas o diferencial da solução da Biologix é como a entrega é feita”, diz a Dra. Letícia.
“As outras soluções nesse campo costumam dizer a que valores de saturação do oxigênio o paciente chegou durante a noite, mas não quantas vezes nem quando houve a dessaturação, o que é muito importante para o médico. O produto da Biologix fornece essa informação”, acrescenta.
Outra vantagem é que, por o oxímetro da Biologix ser portátil e de fácil utilização, o paciente pode levá-lo para casa para fazer o exame, sem praticamente alterar sua rotina de sono. É uma situação muito confortável, beneficiando portanto, idosos e pessoas com dificuldades de locomoção.
No Einstein, o exame desenvolvido pela Biologix faz parte da Medicina Diagnóstica e Ambulatorial do Einstein e pode ser solicitado caso o médico entenda que seja necessário.
“São duas as principais indicações”, explica a Dra. Soster. “A primeira é quando há a suspeita de apneia obstrutiva do sono, isto é, se é um paciente que ronca, que está acima do peso, que não tem um sono reparador. A outra é quando a pessoa já faz tratamento, principalmente com CPAP e precisa saber se está funcionando ou não.”
A conexão entre a Biologix e o Einstein foi feita a partir da equipe de Parcerias da Eretz.bio, que é especializada nessa interface entre startups nacionais e internacionais com as diferentes áreas internas do hospital.
“A Eretz nos ajudou na interface com a empresa, principalmente na ‘tradução’ com a equipe de tecnologia, porque a gente precisava do molde de entrega dos dados de uma forma que pudesse ser mais eficiente para a equipe médica, e a equipe da Eretz conseguia alinhar com a startup como esse dado poderia ser entregue”, avalia a médica do Einstein.
Ficou interessado e gostaria de participar de projetos como esse? Então, venha fazer parte de nosso ecossistema: https://www.eretz.bio/incubacao/