Case Enebras: a importância da validação de novas tecnologias para startups e grandes empresas da saúde

Se há um momento fundamental para startups e grandes empresas da área da saúde que estão lançando um novo produto, é realizar a validação dessa nova tecnologia e comprovar que a ideia funciona na prática.  

Foi por esse processo que a Enebras passou recentemente, em uma parceria com a Eretz.bio e com o Einstein. 

Fundada por Fabio José Sousa, a Enebras é referência no Brasil no ramo de ar condicionado para o segmento hospitalar, clínicas e laboratórios. 

Seu mergulho na inovação aconteceu durante a pandemia da Covid-19 ao desenvolver junto com o Einstein um aparelho chamado ATMUS. Esse dispositivo é capaz de transformar, em poucos minutos, um leito comum em um leito de pressão negativa. Ou seja, no qual o ar de dentro do quarto não se propaga para outros ambientes, o que era fundamental para diminuir o risco de transmissão do coronavírus. 

Após a pandemia, o uso do ATMUS diminuiu. No entanto, surgiu uma nova questão: seria possível aproveitar essa tecnologia em outras situações em que possa haver contaminação pelo ar, como em obras hospitalares? 

“Nas construções, o maior risco para um paciente imunodeprimido é a presença de agentes infectocontagiosos nas demolições e obras, principalmente a presença de fungos como o Aspergillus sp. Quando isso acontece, partículas desse fungo ficam em suspensão, no ar. Uma vez que o paciente inale essas partículas, pode desenvolver uma doença fatal, principalmente os imunodeprimidos. Isso sem falar que a poeira das obras pode causar reações alérgicas e outros quadros não infecciosos”, explica a Dra. Emy Gouveia, médica infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), do Einstein. 

A questão do controle da poeira proveniente de obras é tão relevante que faz parte de um dos critérios da Joint Comission, uma das acreditações mais importantes para hospitais e que avalia a segurança do paciente e a qualidade do atendimento, entre seus critérios. 

Em busca de solucionar esse problema, a equipe da área da manutenção do Einstein trabalhou em conjunto com a Enebras para adaptar o ATMUS em um equipamento que pudesse diminuir a propagação de partículas vindas das obras. Assim nasceu o VACCS, como é chamado o novo dispositivo. 

“Esse tipo de aparelho ainda não existia no Brasil, mas no exterior é muito disseminado. No Brasil, associações da área de prevenção de infecção já haviam recomendado esse tipo de tecnologia, e escolhemos a Enebras como parceira porque já haviam desenvolvido o ATMUS, que estava disponível aqui”, conta Arnaldo Félix de Oliveira, gerente de manutenção do Einstein. “Quando estiver tudo em funcionamento, nós seremos a primeira instituição com essa tecnologia, o que é um grande bônus para nós.” 

Com o VACCS montado, chegou o momento de realizar sua validação. A Eretz.bio conta com uma equipe dedicada a conduzir esse tipo de serviço, avaliando inovações em ambiente real ou simulado, podendo ser feita tanto no sistema privado quanto no sistema público de saúde e sempre com participação e feedback dos especialistas do Einstein. 

Como foi a validação do VACCS, da Enebras? 

Na avaliação científica, quatro testes foram avaliados envolvendo as possíveis combinações de modelo e modo de operação do VACCS. Dois modelos foram testados: um com filtro bolsa e outro com filtro cartucho, cujas principais diferenças são o preço e a durabilidade do material. Além disso, o VACCS foi testado em dois modos de operação: recirculação, onde o ar aspirado é tratado e liberado no mesmo ambiente, e isolamento, em que o ar aspirado é tratado e descarregado em ambiente externo. 

O objetivo era descobrir se todas elas poderiam diminuir a propagação da poeira das obras e se alguma dessas combinações iria sobressair. 

A avaliação foi realizada em diversas obras no Einstein. Primeiramente, em cada uma delas, houve uma medição de controle, sem o uso do VACCS, na qual um contador de partículas registrou a quantidade e o tamanho do particulado presente no ar em intervalos de tempo específicos.  

Em seguida, o VACCS foi ligado em cada uma de suas quatro configurações, e as medições foram repetidas nos mesmos intervalos para permitir a comparação. Os testes consideraram cinco diferentes tamanhos de partículas presentes no ar. “Queríamos avaliar o desempenho do equipamento tanto na retirada de partículas de 2,5 nanômetros, que é o tamanho do Aspergillus sp., quanto no particulado mais grosso”, explica a Dra. Emy. 

As medições geraram dados robustos que foram submetidos a análises estatísticas para verificar a eficácia de cada combinação. Ao final, constatou-se que, independentemente do tipo de filtro ou do modo de funcionamento, o VACCS contribuiu para a redução das partículas menores dispersadas pelas obras — todos os achados foram documentados em um relatório final enviado à empresa. 

“Eu não esperava receber um relatório com tanta profundidade. O que me surpreendeu foi a metodologia científica aplicada, tendo levado em consideração inúmeras variáveis, como tempo e tamanho do particulado, para chegar à conclusão”, diz Fabio Sousa, o CEO da Enebras.

“Uma validação assim traz outro tipo de aceitação no mercado. Nada melhor do que mostrar que o equipamento funciona com números e dados tão robustos”, completa. 

Todos os testes contaram com a participação do próprio time da Eretz, da Enebras, da área da manutenção do Einstein (no time comandado por Arnaldo Félix de Oliveira, José Márcio Alves e Elton Adriano Dedes) e do SCIH (com a Dra. Emy Gouveia e Laura Takaoka). 

“É excepcional realizar esse tipo de validação com o Einstein, A vantagem é poder contar com diferentes áreas trabalhando em conjunto, cada uma com sua expertise. Eu sou engenheiro mecânico, entendo do equipamento em si, e é fantástico poder contar com a participação do time da manutenção, que traz a perspectiva de como o dispositivo vai ser utilizado na prática, e também do SCIH, que contribui com os parâmetros relacionados à saúde”, completa Sousa. 

Agora, a Enebras está no processo de levar o produto ao mercado, além de desenvolver novos recursos para o VACCS. 

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Como a Eretz.bio realiza a validação de novas tecnologias na área da saúde  

A Eretz.bio já realizou mais de 250 projetos de parceria entre startups ou grandes empresas da área da saúde e as áreas internas do Einstein. 

Nas validações de tecnologias, são feitas avaliações como estudos clínicos, experimentais e não clínicos, de usabilidade e de inteligência de mercado para assegurar que sua inovação tem um impacto positivo na área da saúde. 

Sempre contando com o apoio dos especialistas da Eretz.bio e do Einstein, a partir da produção de dados científicos robustos, como aconteceu com a Enebras, que podem direcionar suas estratégias de produto e de go-to-market. 

Ficou interessado? Entre em contato com a Eretz.bio pelo formulário abaixo.  

Fabio José Sousa (dir.) é o CEO da Enebras
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