A inovação e o empreendedorismo tiveram um papel fundamental no enfrentamento da COVID-19. Quando a pandemia eclodiu, no primeiro trimestre de 2020, era necessário criar soluções de forma urgente para contribuir com o combate à doença.
Nesse contexto, startups com foco em tecnologia na área da saúde ganharam maior visibilidade. Uma delas foi a Biolambda, fundada por Dr. Caetano Sabino e José Tort. Criada em 2017, especializou-se no uso de luz ultravioleta germicida para processos de desinfecção à seco e sem resíduos.
Sua solução é capaz de eliminar microrganismos nos ambientes, como o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.
“Desde a iniciação científica, por volta de 2010, eu já me interessava no estudo do uso da luz para inativar microrganismos. A luz ultravioleta tem uma série de vantagens nesse quesito: tem uma ação muito rápida, muito efetiva e um custo acessível. Essa não é uma tecnologia nova, na verdade. Já é usada há mais de 100 anos para descontaminar água em cidades europeias”, diz Sabino.
“Em 2016, eu já construía muitos dos equipamentos que usava nas minhas pesquisas científicas, até que comecei a receber solicitações de outros cientistas para fazer dispositivos para eles. Foi assim que surgiu a Biolambda. Na pandemia, como já tínhamos a tecnologia e a experiência, em cerca de um mês montamos uma linha de quatro produtos, incluindo um para desinfetar máscaras, como a N95. Era uma época em que havia poucas máscaras disponíveis, e poder esterilizá-las rapidamente era muito importante”, completou.
Outro produto da BioLambda é o UV Room, uma luminária fácil de instalar, que pode ser acionada por controle remoto e serve para sanitizar ambientes. Recentemente, o Hospital Israelita Albert Einstein adquiriu 12 dispositivos UV Room para ser usado em ambulâncias, com o intuito de garantir maior segurança nos procedimentos de sanitização desses locais.
“O acionamento dura entre 15 e 30 minutos. Depois disso, a ambulância já está pronta para fazer os atendimentos”, explica Sabino.
Antes de o UV Room ser colocado para funcionar para valer, a Biolambda faz um breve treinamento com as equipes, explicando, entre outros pontos, que a luz ultravioleta não atravessa materiais sólidos, mesmo vidro e acrílico, por isso o ideal é que todas as gavetas, portas e armários estejam abertos quando o aparelho for acionado.
Também não pode ser ligado quando há pessoas no ambiente, porque a luz ultravioleta é nociva aos seres humanos. Para garantir a segurança de todos os envolvidos, há dois tipos de sensores de presença no UV Room, um de infravermelho e outro de microondas, que desativam o aparelho automaticamente caso detectem a presença de alguém. Ao todo, o UV Room pode funcionar por 9.000 horas ou 3.000 acionamentos sem a necessidade de manutenção.
Os aparelhos da startup podem ser usados também fora da área da saúde, como em plantas de fábricas, escritórios, elevadores e banheiros.”