De Minas para o mundo, a internacionalização da startup MedLogic, incubada na Eretz.bio

16/03/2023 De Minas para o mundo, a internacionalização da startup MedLogic, incubada na Eretz.bio

From local to global. Essa expressão em inglês é usada para designar startups que desenvolvem soluções capazes de resolver problemas na comunidade onde estão localizadas mas também com potencial de ganhar o mundo.

Para algumas startups, ir a outro país é mais que uma opção. Pode ser a principal alternativa para ganhar escala e tracionar o seu negócio. É por esse processo que está passando a MedLogic, incubada aqui na Eretz.bio e que desde o fim de 2021 está presente também no Reino Unido.

Fundada por Daniel Melo, Edgar Nunes e João Luiz Neves, a healthtech atua em duas frentes: desenvolve softwares de educação para equipes especializadas na atenção aos idosos e também trabalha com ferramentas de estratificação dessa população com base no grau de vulnerabilidade, podendo resultar em planos de cuidados individualizados e automatizados.

“Nós constatamos que a nossa solução é mais eficiente para a pessoa idosa que encontra-se num período de maior fragilidade. Então focamos o nosso olhar em identificar onde eles estão no Brasil. Grande parte dos idosos frágeis está institucionalizada”, explica Daniel Melo, CEO da MedLogic. “Só que esse é um setor no qual os investidores costumam dizer que o mercado é muito pequeno, então preferem não investir.”

Assim, para expandir o número de potenciais clientes ao mesmo tempo em que poderia continuar a fazer a diferença para os idosos nas instituições de longa permanência, a MedLogic começou seu plano de internacionalização. Chegou a avaliar a América Latina e optou por atuar no Reino Unido.

“Nós fomos procurados, há uns cinco anos, pelo DIT [Department for International Trade — agência do Reino Unido responsável por estimular novos negócios no país], nos convidando para apresentações sobre o ecossistema de lá. Nesse intervalo, participamos de três missões organizadas por eles e conhecemos diversas regiões do país e benefícios específicos para empreendedores. No momento de internacionalizar, optamos por residir lá”, diz o CEO da startup.

A internacionalização da startup MedLogic

“O Reino Unido é um país com uma população que está envelhecendo. Por exemplo, lá não existem filas preferenciais para idosos, porque boa parte das pessoas já se enquadra nesse quesito, então era o lugar perfeito para expandirmos”, avalia Liana Melo, da MedLogic. “Além disso, tem moeda estável, forte e faz grandes investimentos na área da saúde”, completa.

Em seu processo de internacionalização, a MedLogic recebeu suporte do DIT, que alocou um gerente de projetos para auxiliar a startup a entender o mercado britânico, a competição que enfrentava e as possibilidades para seus produtos e serviços. Também foi selecionada em programas de desenvolvimento de empreendedores como o Global Entrepreneur Program e o Royal Academy of Engineering, além de receber apoio do Innovate UK, agência de fomento britânica similar à Finep no Brasil.

Hoje a startup está localizada no Sci-Tech Daresbury, um parque tecnológico na região entre Liverpool e Manchester, com seis prédios voltados à inovação. É um ponto estratégico, com profissionais qualificados e custo de vida menor que o de Londres, por exemplo.

Conforme o apoio que recebe no Reino Unido, neste primeiro semestre de 2023, a MedLogic está em uma primeira fase no programa em que precisa conhecer as regras do NHS (National Health System, o sistema de saúde britânico), além de reunir toda a documentação necessária para ser aprovada para operar no país, o que inclui também propriedade intelectual de sua solução.

“Esse é um primeiro passo para quem sonha em comercializar para o NHS, o que abre portas para você negociar com vários outros países do mundo. Nossa expectativa de futuro é justamente essa: aproveitar o suporte robusto que estamos recebendo de diversas instituições britânicas para ter um produto que atenda problemas mundiais”, completa o CEO, indicando os planos de expansão da empresa.

Após o Reino Unido, a empresa mira a Commonwealth, aliança de 56 países, todos que alguns dia já foram ligados ao império britânico e com mais de 2,5 bilhões de habitantes.

Além de precisar cumprir com as exigências do DIT, os empreendedores da MedLogic enfrentam as mesmas dificuldades de quem muda para o exterior. “São muitas… nós ficamos distantes da família, temos que nos adaptar a uma nova cultura, a um novo clima e a uma nova comida. É um desafio muito grande no nível pessoal, e do ponto de vista financeiro também é um risco”, avalia Daniel Melo.

Enquanto está no Reino Unido, a Medlogic continua operando normalmente no Brasil, onde conta com cerca de 15 colaboradores. Por aqui, a empresa teve destaque no enfrentamento da COVID-19. Segundo seus próprios dados, Instituições de Longa Permanência de Idosos que seguiram seus protocolos registraram 2% de taxa de mortalidade pelo vírus, uma fração do que foi visto em países da Europa. A startup também fez parte do Programa de Aceleração de Startups do Estado de MG, é incubada na Eretz.bio e tem parceria com o Einstein.

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Daniel Melo, CEO da MedLogic, no Reino Unido – foto: MedLogic/divulgação
Entrada da Eretz.bio, com o logo da MedLogic entre as incubadas