Conheça a parceria entre o Einstein e a startup Hefesto para impressão de biomodelos 3D
15/08/2023
O formato e o tamanho são idênticos a órgãos, músculos, ossos ou tecidos do corpo humano. Mas, em vez de células, são feitos de polímeros recicláveis.
Assim são os biomodelos 3D, réplicas que permitem tanto profissionais de saúde quanto pacientes compreenderem de uma forma tangível o que está acontecendo “por debaixo da pele”. Um exemplo é o coração da imagem mais abaixo deste post.
Uma parceria fechada recentemente entre o Departamento de Imagem do Einstein e a Hefesto Medtech, startup que faz parte do ecossistema da Eretz.bio, pode ampliar o acesso aos biomodelos 3D para médicos e pacientes do hospital.
“O médico às vezes quer um modelo impresso para manusear. Ele pode querer explicar para o paciente presencialmente como vai ser um procedimento, uma cirurgia. Também pode usar o modelo para treinar como será o procedimento antes de entrar no centro cirúrgico, e isto pode trazer benefícios para o paciente”, explica Bruna Bonaventura Failla, biomédica e especialista do Departamento de Imagem do Einstein.
A colaboração é um daqueles casos em que todos saem ganhando. A área interna do hospital já conta com um setor chamado 3D Lab, especializado em receber exames de imagem, como tomografia, ressonância e ultrassom, fazer as adaptações necessárias e transformá-los em arquivos 3D.
A limitação era que antes esses modelos precisavam continuar em meio virtual. Podiam ser visualizados pelos médicos em apps de celular, computador ou equipamento de cirurgia robótica, por exemplo. Aí entrou a Hefesto, que trouxe a expertise de impressão 3D de alta precisão.
A parceria começou quando Failla acessou o site da Eretz.bio e conferiu a solução desenvolvida pela startup. As conversas foram iniciadas, e o projeto contou com a coordenação da equipe do Escritório de Validação de Novas Tecnologias da Eretz (NTVO), que tem entre seus objetivos identificar e viabilizar o uso de novas soluções inovadoras pelas áreas internas do hospital.
“A ideia é trazermos a impressão 3D dos biomodelos para o dia a dia do contexto hospitalar e entendermos em que situações esse tipo de tecnologia pode agregar valor no atendimento dos pacientes e no cotidiano dos médicos, sempre pensando na custo-efetividade, no impacto que pode trazer ao sistema de saúde e na melhora da entrega do cuidado”, diz Luiz Fernando Michaelis, CEO da Hefesto Medtech.
“Essa parceria com o Einstein vem para provarmos que a impressão 3D pode ser uma ferramenta poderosa nos âmbitos clínico, cirúrgico e acadêmico”, acrescenta.
Os biomodelos 3D podem ter a impressão solicitada tanto por médicos do Einstein quanto por profissionais cujos pacientes façam seus exames no hospital. Os valores dependem das dimensões do biomodelo e da estrutura do corpo humano a ser impressa. O solicitante recebe a peça em até 10 dias, mas o prazo é menor dependendo da urgência do caso. Hoje, a principal demanda é por biomodelos nas áreas de ortopedia e cabeça e pescoço.
Outra aplicação é para treinamento e educação dos profissionais. “No 3D Lab, a gente imprimiu uma face para treinar a passagem de um cateter nasoenteral. Fizemos a pele com tecido de silicone, imprimimos o osso”, conta a biomédica do Einstein. “A vantagem é que se trata de um simulador que tem dimensões e características anatômicas semelhantes às encontradas no corpo humano. Isso facilita o aprendizado. O profissional está visualizando o que está praticando”, completa.
