IA, metaverso, robótica: como as novas tecnologias estão transformando os centros cirúrgicos
24/04/2023Imagine a seguinte cena: um médico coloca óculos de realidade virtual e se conecta ao metaverso, onde uma modelagem 3D reproduz as condições clínicas específicas de um paciente que será operado algumas horas depois.
Em seguida, o médico retira os óculos e entra em uma máquina na qual controla um robô por meio de um console. Esse robô é que vai realizar o procedimento cirúrgico. Só que ele e o paciente estão em uma cidade e o cirurgião que o comanda, em outra, a centenas de quilômetros de distância.
Todas essas tecnologias já são realidade na área da saúde. “No Einstein, já temos iniciativas em todas essas frentes para entender a transferência de dados em cirurgia remota e a criação de ambientes cirúrgicos digitais”, diz o Dr. Nam Jin Kim, diretor-médico da Rede Cirúrgica Einstein.
Para ele, a próxima fronteira tecnológica a ser desbravada pelos centros cirúrgicos é justamente a combinação dessas técnicas. “As próximas grandes inovações provavelmente envolverão maior integração com tecnologias avançadas como o metaverso e a inteligência artificial. Esses desenvolvimentos vão promover um planejamento cirúrgico mais personalizado para cada caso”, avalia.
Confira abaixo a entrevista com o Dr. Nam Jin Kim sobre os avanços na cirurgia robótica e no metaverso e quais benefícios na prática que estão trazendo aos pacientes:
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ERETZ.BIO: Quando falamos em cirurgia robótica, como funciona na prática? É o robô que toma as decisões ou o médico que comanda o equipamento?
Dr. Nam Jin Kim: Na cirurgia robótica, o robô não toma as decisões de forma independente. Ao contrário disso, você tem um cirurgião altamente treinado que o controla através de um console. O cirurgião possui uma visão 3D de alta definição do campo operatório e comanda os controles usando as mãos e os pés.
O robô, então, traduz esses movimentos altamente precisos e que são realizados por braços robóticos equipados com instrumentais cirúrgicos. Isso permite um aumento de precisão e controle durante o procedimento cirúrgico.
A cirurgia robótica é recomendada em quais tipos de procedimento?
Dr. Nam: A cirurgia robótica é recomendada para uma grande gama de procedimentos incluindo urológicos, ginecológicos, gastrointestinais, proctológicos, cardiotorácicos, de cabeça e pescoço e até pediátricos.
É particularmente benéfico para procedimentos minimamente invasivos por oferecer precisão aumentada, menores incisões, redução de perda sanguínea e de tempo de recuperação, quando comparada à cirurgia aberta tradicional.
A gente tem acompanhado a chegada de novas tecnologias à área da saúde, como o 5G. Quais as possibilidades para um centro cirúrgico?
Dr. Nam: Com o advento do 5G, os centros cirúrgicos podem se beneficiar da melhora da comunicação, da redução de latência e do aumento da capacidade da banda larga. Isso tudo pode permitir consultas e cirurgias remotas e transmissões em tempo real de imagens de alta qualidade.
Também se fala em metaverso, como uma possibilidade de preparação para as cirurgias. Como acontece na prática?
Dr. Nam: O metaverso é um mundo virtual que permite aos usuários interagir e colaborar em ambientes compartilhados. Nesse contexto, para o planejamento de cirurgias complexas, pode ser utilizado para criar modelos 3D que representem especificamente o paciente envolvido, permitindo aos cirurgiões uma exploração virtual da anatomia para o planejamento da tática operatória a ser adotada.
Isso pode ajudar a identificar potenciais complicações, refinando a estratégia cirúrgica e aumentando o entendimento do cirurgião da condição única daquele paciente.
Na prática, essa tecnologia pode ser usada em conjunto com outras ferramentas digitais, como realidade virtual, para promover uma experiência imersiva, interativa e personalizada de preparação para os cirurgiões antes deles operarem seus casos mais desafiadores.
Dessas tecnologias, o que hoje já é realidade para os pacientes e o que o Dr. destaca de inovações que estão vindo por aí?
Dr. Nam: A cirurgia robótica já é uma realidade bem consolidada para pacientes, promovendo melhores resultados e menor tempo de recuperação para muitos procedimentos cirúrgicos.
As próximas grandes inovações nesse contexto provavelmente envolverão maior integração com tecnologias avançadas, como o metaverso e a inteligência artificial. Esses desenvolvimentos vão promover um planejamento cirúrgico mais personalizado para cada caso, uma melhora da preparação e da tomada de decisão no intraoperatório. E, consequentemente, melhores resultados aos pacientes.
No Einstein, já temos iniciativas em todas essas frentes para entender a transferência de dados em cirurgia remota e a criação de ambientes cirúrgicos digitais.
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