“Não tinha na minha cabeça esse caminho de vender a empresa”, diz Rafael Coda, cofundador da Medicinae, startup do ecossistema da Eretz.bio criada em 2016 para tentar resolver a dificuldade e a demora que muitos médicos encontram na hora de receber os pagamentos de planos de saúde.
Sua solução é uma ferramenta que viabiliza a antecipação dos recebíveis de planos de saúde e de cartão de crédito das consultas particulares com taxas competitivas, por meio de fundos de terceiros. Além disso, também disponibiliza faturas médicas de plano de saúde e atendimento particular em 24 horas.
Coda explica que, como a maior parte dos empreendedores, seu foco era fazer a startup seguir o caminho do Venture Capital, no qual realiza seguidas rodadas de investimentos para financiar seu crescimento. Mas sua empresa acaba de ser adquirida pelo grupo de educação Afya por R$ 5,6 milhões.
O momento de virada nos planos da Medicinae aconteceu em meados de 2020, quando os seus fundadores procuraram outra startup, a iClinic – que também já foi incubada na Eretz.bio – para formar uma parceria. A iClinic é especializada em soluções de prontuário eletrônico, telemedicina e sistemas de gestão. Assim, os fundadores da Medicinae avaliavam que as soluções de ambas as empresas eram complementares, o que abria espaço para estratégias de co-markerting.
“Estávamos começando a olhar formas de escalar a Medicinae. Tínhamos crescido muito com indicações dos nossos clientes, então eu comecei a estudar sobre member get member e sobre quando empresas que tenham o mesmo público-alvo possam indicar umas as outras”, lembra Coda.
“Pouco antes do lockdown, fomos lá para Ribeirão Preto (sede da iClinic), para avaliarmos essa ideia da parceria. A conversa foi muito boa. Encerramos a reunião com a sensação de que poderíamos fazer mais coisas juntos”, diz o fundador da Medicinae.
Só que logo em seguida a própria iClinic acabou sendo adquirida. A startup, fundada por Felipe Lourenço, Rafael Bouchabki e Leonardo Berdu foi comprada pela Afya em outubro por R$ 182,7 milhões, em um processo de expansão do grupo educacional.
Passada a integração da iClinic ao universo Afya, as conversas com a Medicinae foram retomadas, o que levou à concretização do negócio agora.
A trajetória da startup Medicinae
Após sua criação, a Medicinae passou seus primeiros três meses validando a ideia do negócio. Com tudo aprovado, foram mais seis meses de desenvolvimento do MVP e logo em seguida chegaram os primeiros clientes. Em 2019, passou por uma aceleradora e, desde outubro de 2020, integra o ecossistema da Eretz.bio.
Ao longo de sua trajetória, recebeu dois aportes vindos de grupos de investidores-anjo. Quando chegou à Eretz.bio, a Medicinae avaliava abrir uma nova captação, por isso Coda destaca como ponto alto da incubação as conversas que teve com a equipe de investimentos e de desenvolvimento de negócios da Eretz.bio.
“Também teve um trabalho muito legal de comunicação da Eretz. Quando uma startup é pequena, ainda mais no setor de saúde, sentimos um pouco de conservadorismo. A startup precisa de algum tipo de validação, e a Eretz.bio funcionava como uma chancela, passa uma confiança de que, mesmo sendo uma startup early stage, tem as credenciais necessárias para atender a dor que está tentando resolver”, avalia.
Hoje a startup fundada por Rafael Coda e por Lucania Lessa conta com oito funcionários, tem mais de 1.420 usuários registrados e movimentou mais de R$ 120 milhões em transações.
Para mais informações sobre como funciona a incubação de startups na Eretz.bio, confira aqui: https://www.eretz.bio/como-funciona/