A área de tecnologia é como se fosse a espinha dorsal de uma startup. Ela é a responsável por tirar as ideias do papel e transformá-las em softwares, hardwares e/ou aplicativos. Mas também é uma que pode dar dores de cabeça ao empreendedor.
Segundo um levantamento feito pela Fundação Instituto de Administração (FIA), um desenvolvedor tem o dobro de chances de deixar a empresa se comparado aos outros profissionais. Além disso, a mesma pesquisa aponta que somente 58,3% de quem trabalha na área de tecnologia considera que recebe um salário justo de acordo com as tarefas realizadas e com as especializações necessárias (contra 75% das demais áreas).
Como resultado, a rotatividade no setor é elevada, o que pode acabar se tornando um obstáculo para o crescimento das startups.
Então, como fazer para manter os desenvolvedores no time por mais tempo? Esse foi o assunto abordado por Flávia Nogueira, head de People & Education da Ness Health, startup incubada na Eretz.bio e que conta com mais de 70% de seus colaboradores atuando na área de tecnologia.
Em um evento com empreendedores do nosso ecossistema, realizado online no fim do ano passado, ela deu dicas de como reter esses profissionais. Confira cinco delas abaixo:
1) Tenha clareza na hora de recrutar desenvolvedores
A forma como a startup se comunica e se mostra nas redes sociais tem tudo a ver com qual tipo de profissional ela busca. Quem se identificar com o que está sendo publicado pode acabar se adaptando mais rápido à cultura da organização e permanecer nela por mais tempo.
“Quando a gente vai comprar algum produto, prefere os da marca com que a gente se identifica, certo? Com a atração de talentos é a mesma lógica”, acrescenta a head da Ness.
2) Dê feedback aos candidatos eliminados
Esta dica está relacionada à forma como a empresa se comunica. Uma das principais reclamações de quem está procurando uma oportunidade é ficar sem resposta no caso de não ser aprovado em um processo seletivo.
Startups estão em busca de desenvolvedores o tempo todo. É comum que candidatos que não foram aproveitados em uma vaga tentem novamente em outros processos seletivos da mesma empresa. Aí a maneira como foi tratado no momento da eliminação pode fazer a diferença na motivação de ele realmente querer fazer parte da healthtech.
“Eu quero que o candidato efetivamente tenha vontade de trabalhar aqui. É um desafio responder a todos eles, mas cada um deles merece nosso respeito e empatia”, diz Nogueira.
3) Ouça o que colaborador tem a dizer
O mundo das linguagens de programação está em constante evolução, e os desenvolvedores são profissionais que precisam se atualizar o tempo todo. Por isso, é importante a empresa estar aberta a se adaptar às necessidades deles. Dessa maneira, o colaborador percebe que tem voz dentro da startup e que terá suas necessidades atendidas.
“A gente precisa sempre escutar o que o colaborador tem para falar”, diz Nogueira. “Buscar trabalhar com as melhores ferramentas é essencial. Além disso, desenvolver a escuta ativa para com o colaborador traz grande relevância às relações e ao ambiente de trabalho. Se ele se sentir ouvido e respeitado, por consequência se sentirá valorizado.”
4) Invista em conhecimento
Salário e benefícios não são a única maneira de valorizar o colaborador. A startup pode ir além. Um bom exemplo é investir em educação, oferecendo bolsas e/ou descontos em cursos. É a típica situação em que todo mundo sai ganhando: a empresa apoia a evolução profissional do funcionário, que se sente valorizado e pode aplicar em suas tarefas tudo o que aprendeu.
“O conhecimento muitas vezes está dentro de casa”, diz a head da NESS. “Meu orçamento é apertadíssimo. Para driblar isso, engajo líderes e liderados a disseminar conhecimento, a trabalhar com o intercâmbio de ideias e experiências. Convido pessoas da própria equipe para ensinar seus colegas em programas educacionais, sejam palestras, cursos, webinars ou lives”, aponta.
5) Aposte em acolhimento para reter desenvolvedores
“A parte de atração de talentos, contratação, integração, engajamento e retenção nada mais é que uma venda”, diz Nogueira. “É a pré-venda, a venda e o pós-venda, mas da própria empresa”, acrescenta.
Na analogia, o pós-venda equivale ao acolhimento que recebe na startup. Essa é uma tarefa que vai além do dia-a-dia de trabalho e de reuniões de acompanhamento. É o colaborador perceber que ações desenvolvidas pela empresa agregam também para ele como pessoa.
Agora que você conhece as dicas para reter profissionais de tecnologia em sua startup, confira aqui cinco indicações para engajar os colaboradores na cultura da empresa: https://www.eretz.bio/conteudos/5-dicas-para-engajar-os-colaboradores-na-cultura-da-empresa/